Relógio de São Pedro volta a funcionar em Salvador — Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS
Marco icônico da história de Salvador, o Relógio de São Pedro, situado na Praça Barão do Rio Branco, na Avenida Sete de Setembro, foi restaurado e modernizado pela Prefeitura de Salvador. A ação, coordenada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), teve investimento de cerca de R$70 mil, com ação executada pela Alma Arquitetura e Restauro.
O processo de restauração envolveu várias etapas, incluindo a limpeza e recomposição do rejuntamento, envernizamento protetivo e o restauro do gradil que circunda o monumento. Já a modernização ficou a cargo da automatização do mecanismo do equipamento, incluindo a instalação de motores elétricos. Esta atualização tecnológica não só garante a precisão do relógio, como a funcionalidade contínua ao longo do tempo.
“Com mais de cem anos, o Relógio de São Pedro é dotado de grande relevância para a ‘Soterópolis’, uma vez que se constitui ainda hoje em marco e em um forte elemento referencial paisagístico do Centro da Cidade de Salvador. Um dos poucos relógios urbanos datados do começo do século XX e ainda ativos no Brasil. A história está intimamente ligada à abertura da Avenida Sete de Setembro e às obras de remodelação, modernização e de embelezamento da capita baiana empreendidas naquela época”, afirma o arquiteto Elias Machado, restaurador responsável pela recuperação do monumento.
Machado ressalta que, “para além da relevância local, o relógio, enquanto objeto, é um importante registro de técnicas e de linguagens artísticas e construtivas ligadas sobretudo ao uso dos metais e ao ecletismo, desenvolvidas no Século XIX e no começo do XX. Em todos esses fatores, pelo destaque enquanto registro de um tempo e pelo papel que ainda desempenha no centro da cidade, reside a importância da obra executada, garantindo a preservação da materialidade do relógio e a manutenção de sua função primordial”, finaliza.
“Foi com imensa satisfação que testemunhamos o processo de restauração e automatização do Relógio de São Pedro, um verdadeiro tesouro histórico de nossa cidade. Este monumento não apenas representa nossa rica herança cultural, simboliza a resiliência e a determinação de nosso povo em preservar e honrar nossa história. A conclusão bem sucedida deste projeto é um marco significativo em nossos esforços contínuos para proteger e promover nosso patrimônio cultural para as futuras gerações”, comemorou o presidente da FGM, Fernando Guerreiro.
<h3>Relevância</h3>
Desde a inauguração em 1916, o Relógio de São Pedro tem sido uma testemunha silenciosa da evolução de Salvador. Encomendado pelo administrador Joaquim José Seabra, popularmente conhecido como J.J. Seabra, foi fabricado na França por Henri Le Pante e instalado sobre uma escultura pelo italiano Pasquale De Chirico. Sua estrutura, composta por uma escultura em bronze, quatro atlantes que sustentam um globóide com os quatro relógios e uma coluna clássica, reflete a riqueza arquitetônica e artística da época.
Instalado numa localização estratégica, na Avenida Sete de Setembro, no coração do Centro de Salvador, o Relógio de São Pedro tornou-se, além de marcador de horas, um ponto de referência histórica e um símbolo de identidade para os habitantes da cidade. Restaurado e automatizado com tecnologia de ponta, transforma-se, agora, num lembrete de que é possível honrar o passado, ao mesmo tempo em que se olha para o futuro.
Monumentos restaurados – No mesmo contrato que previu a restauração do Relógio, a FGM englobou outros serviços de restauro, já devolvidos à cidade São eles o Monumento à Fundação da Cidade do Salvador, localizado no Porto da Barra, os quatro Bustos dos Heróis da Revolta dos Alfaiates, na Praça da Piedade; e a Efígie de Rubem Dário, no Morro do Ipiranga, na Barra.
Este esforço na preservação do patrimônio reflete o compromisso da Prefeitura em honrar a história e a cultura da capital baiana. O contrato para as execuções tem valor total de quase R$200 mil e todas as intervenções foram realizadas pela Alma Arquitetura e Restauro.
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